O Disco de Arago foi concebido originalmente pelo físico, astrônomo e político francês François Arago (1786 - 1853) e apresentado à Academia de Ciências de Paris em 1825 [1], na sequência de inúmeras investigações inspiradas e decorridas da descoberta do eletromagnetismo, isto é, da ação magnética da corrente elétrica, realizada por Ørsted, em 1820 [2]. No Disco de Arago, uma haste imantada é suspensa horizontalmente sobre um disco de cobre. Ao se fazer girar o disco observa-se que a haste imantada acompanha o movimento rotatório do disco, o que foi originalmente interpretado, por Arago, como um "magnetismo de rotação" induzido no disco de cobre. Este fenômeno viria a ser corretamente interpretado por Faraday, em 1831, após a descoberta da indução eletromagnética. O "magnetismo de rotação" é consequência das correntes induzidas surgidas sobre o disco de cobre devido ao movimento deste na presença de um corpo magnético (a haste). Tais correntes, como Faraday (e, independentemente, o físico estoniano Heinrich Lenz, 1804 - 1865) estabeleceu, se opõem à variação de fluxo magnético em uma porção qualquer do sistema. No caso em questão, isto significa opor-se ao movimento relativo entre o disco e a haste. Estando o disco mantido em movimento pelo agente externo e a haste livre para girar, ela então passa a acompanhar o disco em rotação. [3]
[1] Sobre as experiencias relativas à imantação do ferro e do aço pela ação da corrente voltaica: uma tradução comentada do artigo escrito por François Arago. M.P. Souza Filho e J.J. Caluzi, Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 31, a. 1603 (2009).
[2] J.M.F. Bassalo, Nascimentos da Física (3500 a.C.-1900 a.D.) (EDUFPA, Belém, 1996), p. 311.
[3] Explorando História da Ciência na Amazônia: O Museu Interativo da Física. J. Caldas, M. C. de Lima e L. C. B. Crispino. Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 38, n. 4, e4307 (2016).
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